Estátua do Cristo Redentor sobre a cidade do Rio de Janeiro. |
O ano de 2009 foi um ano bastante tumultuado pela guerra que ocorria em várias favelas do Rio de Janeiro. Mudanças ocorreram mas o problema ainda não foi totalmente resolvido. Este poema foi escrito longe de uma região de guerra, mas próximo o suficiente para se escutar as rajadas de fuzil durante toda a noite.
Guerra Urbana
No caos urbano
da grande cidade
cresce sua filha
de mãe solteira, a favela.
Abandonada pelo governo,
despojada de beleza,
sobrevive na incerteza
do próximo arrebol.
Clarões e estampidos
ecoam entre as casas.
Agouros de morte
cruzam os céus...
Em busca do alvo
desconhecido, morto
por bala perdida.
É noite de guerra.
Não se ouvem cantos
nem se distinguem risos.
Nas feições, o pavor
da morte e da dor.
Escondida em algum canto,
uma voz eleva um louvor.
O meu consolo vem do Senhor
que há de atender meu pranto.
RJ, 24/abril/2009.