Anoitecer em Búzios, 2007. |
Escuridão
Há certa beleza
na escuridão.
A vista sem visão
apura a audição.
A perspectiva se desloca
da linha do horizonte
para o ponto
do som reverberante.
Os sons do mato
evocam a vida,
que fervilha,
da luz protegida.
Mas a ausência
de imagens nítidas,
desperta angústia,
causa fobia.
O vento incessante,
nas frestas das janelas,
produz um canto uivante
que afasta as querelas.
Mas também revive
lembranças inquietantes
de noites sem sono
e dias estressantes.
O riacho entre as pedras
com seu som borbulhante
nos traz grande alegria
como um bom espumante.
E nos lembra que a vida
são águas passadas,
entre corredeiras, remansos
e pedras roladas
RJ, nov/2012.