Em 2006 tive o privilégio de visitar Israel, terra de contrastes marcantes na paisagem e no seu povo. Uma das regiões que mais me marcou foi o mar bíblico da Galiléia, um lago de água doce, cercado de regiões desérticas e plantações verdes. A foto ao lado espelha este rico e belo contraste. Os poemas abaixo são recordações desta minha breve visita.
Cafarnaum
Do alto do monte...
O lago calmo espelha o céu.
Sol a pino, vento quente,
arbustos quebram a monotonia
das margens semi-áridas
tão próximas das águas.
As palavras ecoam pela planície
descem em busca do horizonte.
Foram gravadas nos corações
com a força de um vento cortante
pela prática de suas ações.
Na areia da praia...
Rabiscos lavados pelas ondas,
palavras destruídas pelo vento
registros de Jesus deixados ao relento
para na memória restar somente o evento.
RJ, 31.08.2009.
O Senhor das Tempestades
(Mateus 8: 24-27)
Quem clama aflito
para o universo infinito
quando a praia vê distante
e a vida jaz agonizante?
No barco de pescadores
e marinheiros desesperados
somos todos passageiros
igualmente atormentados.
Quem dorme tranquilo
no fundo do barco,
açoitado por ventos
embalado em tormentos?
O Senhor das tempestades,
calmarias e eternidades.
O Senhor que repreende o vento
e aos filhos traz alento.
RJ, 03/01/2010.
Olhai os Montes
(Salmosl 121:1)
Olhai os montes!
De onde vem o socorro?
Não vem dos altares,
das cruzes, ou de outro
símbolo que esconde
a ignorância humana.
Olhai os montes!
De onde vem o socorro?
Não vem de leis,
regras de ouro,
alimentos especiais,
preces sempre pontuais,
ou cânticos espirituais.
Olhai a fonte
de onde vem o socorro!
De Deus certamente,
distante e ausente,
em Espírito presente,
próximo e transcendente.
De Cristo Jesus,
Morto na cruz.
Jerusalém, 11/05/2006.
Chegada em Jerusalém
Montes e vales
marcam o espaço.
A estrada serpenteia
e determina o compasso.
O sol amarelo
do fim das tardes
projeta suas sombras
no fundo dos vales.
Despontam as cidades
nos cumes dos montes,
exército de prédios
construídos em calcário
Burburinho de vidas
que nas tardes transitam
nesta Babel de crenças
que em Jerusalém habitam.
Jerusalém, 11/05/2006.
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