Novamente nos aproximamos da Páscoa Cristã em que palavras chaves são paixão, morte e ressurreição. Um grande amigo meu, pastor, me pediu que escrevesse alguma coisa sobre as últimas palavras de Jesus segundo o Evangelho de João. Não era para ser exatamente um poema, mas assim desta maneira.
Está Consumado!
Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse:
Está consumado!
E, inclinando a cabeça,
rendeu o espírito.
(João 19:30)
Esta cruz!
Provoquei as autoridades.
Trabalhei quando outros descansavam,
expulsei os vendedores que na entrada do templo negociavam,
curei o físico e o espírito das pessoas que me buscavam.
Fui condenado!
Rei dos judeus!
Uma ameaça para a sociedade.
Fui Conspirador? Sim!
Da palavra, do espírito e da verdade.
Tenho sede!
Este sol escaldante, minha boca seca.
Minha mente devaneia.
Da minha vida recolho somente
fragmentos semiconscientes.
Dei de beber a tantos da água da vida.
Compartilhei pão e vinho com meus discípulos.
E agora?
Onde estão todos?
Abandonaram-me.
O líquido que me dão é vinagre
que nos meus lábios feridos arde.
Meu consolo?
Minhas lembranças
da minha vida de andanças.
Aba, Pai.
Se Eu posso ter alguma alegria,
nesta hora de agonia,
é minha certeza da missão cumprida
com minha vida interrompida.
Está consumado!
RJ, 13 a 18/04/2003
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