Algumas pessoas tem medo, quase pavor, de viajar de avião. Eu gosto. O som contínuo das turbinas me embala e muitas vezes durmo muito antes do avião ter decolado. Quando acordo procuro passar o tempo lendo, estudando, ou escrevendo em folhas de papel. Nestes momentos, minha imaginação se distancia até do próprio avião. Transcrevo alguns poemas escritos nos ares do Brasil e do mundo.
Passatempo
Ar,
Mar,
Armar.
Um jogo de letras
Assombram
O viajante,
O tripulante
E o comandante,
Sem o sextante,
Se encontra
Perdido
Neste horizonte.
Nos céus do Brasil, 21/10/2005.
Favelas
(vistas do céu)
Pequenas caixas retangulares
separadas por linhas escuras,
criam formas irregulares
espalhadas pelas alturas.
Um cenário de brincadeiras
de algum moleque maroto
que constrói uma cidade
sobre um tapete roto.
As bordas, montanhas de pedras,
lisas, verdes e negras,
despejam de suas entranhas
montes de casas, favelas inteiras.
RJ, 06/maio/2006.
Noite no avião
I
É noite, sob a escuridão
do céu encoberto, sem estrelas,
avisto a terra, o negro chão.
Luzes brilham pelas janelas
espalhadas na imensidão
das terras devolutas
deste grande sertão.
Cada luz, um vida,
talvez uma família,
a nutrir um único sonho.
A esperança de novo dia.
II
No escuro, a esperança
desponta em cada luz
que através das janelas reluz
Vidas se escondem
nas casas sem cor,
em fuga da dor,
em busca do amor.
A distância evoca relances
de cada vida escondida
pelo manto escuro
da noite descolorida.
RJ, 29/outubro/2006.
O Pouso
Tripulação,
pouso autorizado,
rodas abaixadas,
flaps levantados.
Com um choque no solo,
os freios acionados,
o avião roda pela pista
em busca do terminal,
a etapa final
de um voo sem sal.
RJ, 11/06/2008.
Passatempo
Ar,
Mar,
Armar.
Um jogo de letras
Assombram
O viajante,
O tripulante
E o comandante,
Sem o sextante,
Se encontra
Perdido
Neste horizonte.
Nos céus do Brasil, 21/10/2005.
Favelas
(vistas do céu)
Pequenas caixas retangulares
separadas por linhas escuras,
criam formas irregulares
espalhadas pelas alturas.
Um cenário de brincadeiras
de algum moleque maroto
que constrói uma cidade
sobre um tapete roto.
As bordas, montanhas de pedras,
lisas, verdes e negras,
despejam de suas entranhas
montes de casas, favelas inteiras.
RJ, 06/maio/2006.
Noite no avião
I
É noite, sob a escuridão
do céu encoberto, sem estrelas,
avisto a terra, o negro chão.
Luzes brilham pelas janelas
espalhadas na imensidão
das terras devolutas
deste grande sertão.
Cada luz, um vida,
talvez uma família,
a nutrir um único sonho.
A esperança de novo dia.
II
No escuro, a esperança
desponta em cada luz
que através das janelas reluz
Vidas se escondem
nas casas sem cor,
em fuga da dor,
em busca do amor.
A distância evoca relances
de cada vida escondida
pelo manto escuro
da noite descolorida.
RJ, 29/outubro/2006.
O Pouso
Tripulação,
pouso autorizado,
rodas abaixadas,
flaps levantados.
Com um choque no solo,
os freios acionados,
o avião roda pela pista
em busca do terminal,
a etapa final
de um voo sem sal.
RJ, 11/06/2008.
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