O pincel abandonado,
o quadro inacabado.
Um retrato desbotado
delineia o passado.
A pausa da música,
eterna e silenciosa,
nunca mais será desfeita
ainda que imperfeita.
Um suspiro profundo,
o último exalado,
e a memória pretérita
foi desfeita e apagada.
Quem tanto corria
contra o tempo,
parou de correr,
pois cessou de viver.
O sopro da vida
não mais embaça o espelho,
resta a imagem do rosto
esmaecida e sem brilho.
A morte corrompe o corpo.
Um percurso sem retorno,
com contorno bem definido,
em que a noite desfaz o dia.
RJ, junho/2010.
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