Os temas dos meu poemas quase sempre são ecos do passado que seguem reverberando na minha mente até adquirem uma forma e conteúdo. Neste momento perdem a característica histórica que o eco carrega, pois teve uma origem temporal bem definida, e ganham uma projeção no futuro. Naturalmente, o próprio poema se torna um eco do passado.
O poema abaixo foi o resultado de uma revisita a uma fotografia que direi na Galiléia, Israel. Postei esta fotografia no segundo mês deste blog e vou recopiá-la por sua forte influência sobre este poema.
Memórias da Galiléia
Pétalas vermelhas,
abertas ao relento,
salpicadas com areia
espalhada pelo vento.
O capim seco, como um véu,
desdobra-se pela planície,
que em suave declive
busca, no horizonte,
o lago azul e o verde brilhante.
Imagens da vida
que o deserto interdita
misturam-se com a voz
que o passado amplifica.
“Eu sou a fonte
de toda a vida.”
Falava o Mestre
no topo do monte.
João Pessoa, 25/01/2008.
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