Os modelos de liderança são tão diversos quanto os tipos de pessoas. O livro “O Líder do Futuro” , um projeto da Fundação Peter F. Drucker, fundamenta muito bem esta proposição com seus 36 autores e 31 capítulos distintos sobre o fascinante tema da liderança empresarial e de organizações não governamentais. Por isso, não podemos dizer que existe um modelo perfeito de liderança para uma determinada empresa ou instituição.
Apesar disto, somos tentados a estabelecer descrições dos diversos tipos de liderança, segundo Daniel Coleman : coercitiva ou centralizadora, visionária ou carismática (“authoritative”), associativa (“affiliative”), democrática, perfeccionista (“pacesetting”) e treinadora (“coaching”). Esta nomenclatura, assim como várias outras, procura descrever as características de trabalho e relacionamento humano do líder. Coleman ao associou estas divisões pragmáticas com uma definição operacional do líder: “a ação básica do líder é obter resultados.”
Certamente conhecemos pessoas que apresentam alguns destes tipos de liderança e, normalmente, a capacidade de liderança estará associada com a flexibilidade que estas pessoas apresentam. No entanto, a escolha de um modelo de liderança não pode depender somente de “obter resultados”, conforme definição operacional expressa no parágrafo anterior.
Todos nós queremos obter resultados, mas existem custos não financeiros que precisam ser ponderados. Quaisquer que sejam nossas características pessoais ou modelos de liderança, teremos custos emocionais e sociais resultantes do nosso relacionamento humano com nossos liderados e a sociedade em que se inserem. Mesmo que não possamos escolher modelos bem definidos de liderança, deveremos viver segundo os princípios que reduzam nossos custos emocionais e sociais. Estes são os princípios éticos que mantém a integridade física, racional, emocional e espiritual dos nossos liderados e de nós mesmos. Eles estão fundamentados numa ética de respeito, amor e serviço. Uma ética que me faz lembrar as palavras que Paulo dirige para os cristãos que vivem em Filipos:
“Se há, pois, alguma exortação em Cristo, alguma consolação de amor, alguma comunhão do Espírito, se há entranhados afetos e misericórdias, completai a minha alegria de modo que penseis a mesma cousa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o mesmo sentimento. Nada façais por partidarismo, ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros .”
RJ, 16/dezembro/2000.
F. Hesselbein, M. Goldsmith e R. Beckhard (editores), “O Líder do Futuro”, Editora Futura, São Paulo, 2000.
D. Goleman, “Leadership that gets results”, Harvard Business Review, March-April, p. 78-90, 2000.
Bíblia Sagrada, Filipenses 2:1-4, Sociedade Bíblica do Brasil, Rio de Janeiro, 2000.
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